8 de abril de 2010

Rio de Janeiro e sua crise natural.

     Uns dias afastada do convívio social. Mas desta vez não foi por causa de problemas de saúde, não mesmo, ainda bem, né? Desta vez foi por causa desta catastrofe que acometeu todo o Rio de Janeiro, o grande temporal que começou na segunda-feira, dia 05 de abril, e que não para até hoje. E pelo visto não vai parar tão cedo. O que acontece é que não foi uma simples chuva. O Estado fo RJ ficou quase todo alagado. Houve desmoronamentos. Ninguém conseguia ir, nem vir. Os trens e metrôs paralisados por impossibilidades. Carros submersos, pessoas desesperadas. E eu... e eu situada no bairro, que inicialmente foi o mais atingido e prejudicado pela aguaceira: Tijuca.

     Rio Maracanã encheu, estádio do maracanãzinho invadido pelas águas, supermercado Extra com o estacionamento do subssolo também invadido pelas águas, bueiros que deveriam receber, expeliam-nas absurdamente e assustadoramente. (Eu presenciei)

     Nestas horas, também, é que confio e agradeço a presença de Deus na minha vida, pois, na manhã de segunda-feira meu filho estava comigo no trabalho e do nada começou a gritar de dor no ouvido, chorava constantemente. Fiquei preocupada e corri logo pro telefone pra pedir auxílio a minha 'enfermeira' particular: socorro, mãe!! Rs. A mãe da gente sempre é a médica, enfermeira, bombeira, heroína e todos os adjetivos do gênero. Assim como papai também, mas normalmente o pai é quem age fisicamente, a mãe vai pro lado intelectual.
     Então, minha madressita disse qual remédio seria melhor pra dor dele e logo corri pra comprá-lo. Bem, o tempo passou mas ele ainda resmungava de dor, foi quando meus pais resolveram que viriam ao RJ pra pegá-lo e cuidarem dele por mim para que eu pudesse trabalhar melhor e ele se recuperar melhor também.
     Eles chegaram já no final do dia, íamos pra uma clínica perto do trabalho para que recebêssemos a orientação mais adequada para tratar dessa dor do meu filhote, mas.... a chuva começou a cair incessantemente. Já estava com vário focos de alagamento pela Tijuca e um engarrafamento desconfiante. Vamos arriscar assim mesmo?? Não! Vamos parar no supermercados Extra, estacionar no 2ª piso, esperar a chuva estiar e jantar também. Assim fizemos. Bem, isso era 18:30. Saímos de lá 23:00 e a chuva continuava, mas o nível da água já havia dado uma diminuida. Encaramos sobre trancos e barrancos e conseguimos chegar em casa. Claro que pegar umas contramãos era fato inevitável.
     E no dia seguinte o noticiário lastimável sobre o RJ.
     E se não fosse meu filho sentir dor no ouvido, e meus pais descerem ao RJ pra nos socorrer, estaríamos presos no engarrafamento do dia anterior, provavelmente semi-submersos dentro do ônibus, sendo resgatados por botes salva-vidas, com fome, cansaço de horas no trânsito, vontade de ir ao banheiro, enfim. Deus sabe das coisas e destina as provações devidas a cada um de nós. Hoje me sinto previlegiada de não ter sido predestinado tai provações a mim e ao meu filho. Não sei o dia de amanhã, mas com certeza aprendi muita coisa com o que, quase, passei. E hoje me sinto mais 'experta' pra saber como reagir em outra situação como esta.
 
     No dia seguinte o noticiário era lastimável. Não somente o RJ, mas Niterói e adjacências, também sofreram tanto, ou mais, com essa chuva.

     Em luto pela cidade.

     De volta a rotina.

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