29 de agosto de 2010

Mais uma de minhas paixões.

   Desde criança sempre senti afinidade com o povo Hinduístas e com o povo Cigano (Gipsy). Não diferente é a  minha afinidade com o povoado dos Índios Norte Americanos. Lindos...
   Em quase todos os meus sonhos eles povoavam. Principalmente nos sonhos relacionados aos amores que não tive e queria ter, nos sonhos aos quais imaginava como seria o amor da minha vida, o meu homem, meus filhos e afins.
    Lembro-me até hoje, de forma tão clara como se tivesse sido ontem, de um sonho que tive aproximadamente uns 6 a 8 anos atrás, eu acho.
    Eu, uma cigana, em casa esperando pelo pai do meu filho (meu filho um hindu - engraçado dizer meu filho, parece que no meu íntimo eu já sabia que seria mãe de um menino, rs), e o pai do meu filho um Índio Norte Americano que raramente eu o via. Pois era um homem muito livre, solto pela vida, uma homem empenhado às lutas do seu povoado. Ele ía e vinha de vez enquando para meus braços. Sempre montado em seu cavalo bem tratado. Meu índio era aquele moreno de corpo bem trabalhado, braços fortes, barriga sarada, com suas tranças, uma de cada lado e enfeitadas com penúgens.  Um homem sedutor, com um olhar irresistível. Um avassalador de sentimentos e desejos ocultos.
   Ele vinha de longe pra conhecer seu filho. Quando chegou pegou o recém nascido nos braços, abraçou-o com profundo sentimento de amor. Me beijou a testa, depois me beijou a boca, cheio de amor. Encostava a testa na minha como quem queria dizer-me algo através dos pensamentos. Entregava o neném para a "ama" que me acompanhava, e em seguida me abraçava profundamente e me dizia que tinha que voltar para a batalha contra os "brancos" e que um dia voltaria novamente. (Mas sem previsões)
   Ele saiu em passos largos pela porta da humilde casa feita de pedras rudimentares, detalhes em madeira e palha, chão ainda de terra barrosa batida. Parou-se de costas para mim, no portal. Ficou pensativo, cabeça baixa. Depois virou-se, olhou-me fixamente nos olhos, à distancia, engoliu à seco, inclinou a cabeça para o lado com olhar de tristeza e disse: "- Me espere. Eu voltarei." E em seguida disse, pela primeira vez: "Eu te amo" (como se fosse a última vez que ouviria isso).
   Saiu as pressas e montou em seu lindo cavalo. Ficou olhando para nós por um tempo e... saiu a cavalgar em direção a luta (guerra/batalha) de onde vinha, sem olhar para trás. E uma lágrima escorria pela minha face, o coração apertado na certeza de que nunca mais o veria.
   Depois disso lembro que acordei com um grito dizendo "NÃÃÃÃO!!". E quando dei por mim, de que era apenas um sonho, me encolhi na cama e comecei a chorar com a sensação de que nunca mais o veria. E de fato nunca mais o vi, rs. Que coisa.


   Acho que esse sentimento de amor, de ter um homem pra ficar velhinho ao meu lado, ou não, ainda é uma incógnita que carregarei por um longo período dentro de mim. E... ainda tenho a esperança de encontrar o MEU ÍNDIO que apareceu para mim uns 7 anos atrás... Pois no fundo ainda tenho a certeza que o sentimento de amor irá edificar-se verdadeiramente e solidificamente dentro de mim. Minha alma gêmea ainda está por surgir. Se não nesta, mas em outra encarnação. Quem sabe.

O amor não se explica, não vem de compatibilidade de idéias e ideais. De gostos iguais ou meramente parecidos. Não vem aparência física perfeita, de lingagens rebuscadas, de grau de escolaridade. Lógico que tudo isso é fator para se analisar e acrescentar. Mas eu disse FATOR, apenas. Porque o amor mesmo não tem explicação. Ele simplesmente surge, e surge de dentro. Não cabem palavras exatas para definí-lo, apenas sentí-lo.

Nenhum comentário: