18 de março de 2010

Repudio à novela, mas aplaudo-a por um único motivo.


Um tempo atrás eu havia pensado em aproveitar esse espaço virtual, meu, para criticar a novela das oito da rede Globo: Viver a Vida. Porque, dá licença, mas ela é um chute no saco. Textos sem conteúdo produtivo. Mostra um lado besta da burguesia carioca. Pessoas sem personalidade, papos banais, isso quando não ficam olhando pra cara um do outro com ar de “E agora, o que é que eu falo?”. Só tem vagabundos, não fazem nada da vida, vivem de pernas pro ar. Já os poucos que trabalham, na verdade, não trabalham. Vão pro trabalho pra conversar ou pensar na vida. Não produzem nada.
Os verdadeiros burgueses sabem bem que não é tão moleza assim. Manoel Carlos está acabando com a reputação deles. Me dá nojinho ver a novela. Até mesmo a cena da atriz Aline Moraes, a Luciana, é um saco. Porque reclama da vida difícil de ser cadeirante, mesmo tendo a vida mais fácil por ter babá o tempo todo ao lado, ajudante pra descer e subir escadas, academia de fisioterapia em casa, médicos que vão ao encontro dela e todo o aparato pra facilitar a vida. E ela ainda reclama! Queria ver se fosse cadeirante de uma das favelas cariocas. Que tem que depender da boa ação dos vizinhos pra descer o morro que é todo de escadarias íngrimes. A casa tamanho mion, praticamente único cômodo. Banheiro sem estrutura nenhuma. Filhos, pais ou companheiros que passam maior parte do tempo na rua trabalhando e chegam em casa tarde da noite e saem no dia seguinte pra trabalhar bem cedo. Ou seja, ninguém pra ajudar dentro de casa, tem que se virar sozinho. Enfim, esse lado, realmente difícil, eles não mostram. Mas vou deixar de lado minhas infinitas críticas à novela e subir um pouco a moral dela, rs. Bruscamente contraditória.
Nesta semana tive a oportunidade de perceber que essa novela tem feito algum efeito em algumas cabeças, principalmente em alguns cadeirantes, que outrora ficavam escondidas dentro de casa por vergonha, por medo das dificuldades, das críticas e das rejeições, e piadinhas infâmes, ou por qualquer outro motivo, agora estão saindo de suas tocas e mostrando mais a cara com muito mais coragem (Parabéns!Me orgulho de todos.). Estão até se produzindo pra ir à rua, tem que ver. Hoje mesmo vi 3 cadeirantes jovens e lindas, produzidas, andando com suas cadeiras de roda com desenvoltura pela praça Saens Pena, na Tijuca. Estão mais otimistas e com muito mais confiança. Sabem que agora serão mais respeitadas pelas pessoas e sabem de seus direitos na rua. E com certeza, todas estavam na expectativa de encontrarem um ‘Miguel’. Rs. E querem saber? É isso aí, o amor é para todos! Adorei o que vi! Pra alguma coisa essa novela está servindo. Tudo bem que é somente para uma restrita população, mas está. Mesmo não servindo muita coisa pros cadeirantes de classe baixa,que passam pelas reais dificuldades da vida, e vão ‘vivendo a vida’, de verdade.


Obs.: Querendo saber mais sobre a vida de um cadeirante e os problemas reais de uma grande maioria brasileira que passa pela mesma dificuldade, visite o site: Cotidiano de um cadeirante nas favelas.

Um comentário:

Kênia Silva/Garotas Edificadas disse...

Oiii A.M.A Kerida!!
Te vi em um blog de uma amiga e resolvi vir aki pra conhecer.

De fato essas novelas da Globo precisam servir pra alguma coisa.Tá passando da hora já!!

Ohh,já sou sua seguidora e virei aki sempre pra saber das novidades!!

Aproveito pra te convidar a conhecer e seguir o meu blog tb!!
Será um prazer receber sua visita e seus coments!!

Bjokkas e +++ sucesso pra vc!!!
Kênia
http://garotasedificadas.blogspot.com/