24 de maio de 2010

Vai - Por Gustavo Chataignier

Esse verso de Gustavo marcou passagens amorosos minhas a uns anos atrás. Merecedor também de divulgação de sua arte no meu blog, e detalhar para a forma da escrita que lembra uma prece para quem se gosta. Publicado no livro Anuário de Escritores 2000, editora Litteris - Casa do Novo Autor Editora.


Vai

Toda noite, antes de dormir,
rezo para meus amigos lá em cima
e sempe peço em especial uma coisa:
"Vai meu anjo da guarda.
Vai e cuida do meu amor.
Não se preocupa comigo não.
Do conforto que me dás
abro mão.

Prefiro ver minha amada
enrolada em um edredon de segurança,
Gozando de um infinito bem-querer,
acordando em um suave e sonolento amanhecer.

Meu querido anjo protetor,
não pense que não o estimo!
é que quero encher de mimo
a minha doce e espontânea amada.

Se, porventura, ela se sentir ameaçada,
vai e a guarda.
Meu amigo, fazendo isso,
Com certeza você me agrada.

Vai meu anjo da guarda,
e conversa com o anjo dela,
Diz que eu a amo mais que tudo,
diz que não hesitaria em lhe fazer nova serenata
ou de colher qualquer nota.

Diz também para ela sonhar comigo
e me esperar lá naquela praia de ondas verdes
Onde não há paredes para sufocar.
Onde, balançando em redes bordadas por pescadores,
poderemos nos amar.

Vai meu anjo da guarda,
e lhe dê um fraterno beijo de boa-noite,
já que estou tão distante.

Não desgrude dela um instante,
pois a Júlia é meu anjo aqui na Terra".

Nenhum comentário: