18 de agosto de 2009

Uma Autista.

Ontem, após comentar sobre pessoas Autistas no caminho para o Méier, juntamente com meu marido, tive a oportunidade de compartilhar 35 minutos ao lado de uma.
Eu já havia visto uma autista alguns anos atrás lá na Cinelândia. E na minha ignorância (idiotice mesmo) e burrice (falta de conhecimento) eu tinha medo da tal mulher. Passava o mais longe possível. Se possível até atravessar a rua eu etravessava, com medo de ser agredida por ela. Me parecia uma maluca e tal, prestes a dar um pulo súbito em cima de qualquer pessoa que passasse na frente dela, entre uns sacolejos e outros do corpo pra frente e pra trás. (Muito idiota que eu era!)

Mas então, ontem quando cheguei no laboratório Bronstein eu "conheci" uma autista (querendo saber mais visite o site ).
Esta era uma criança de aproximadamente uns 8 anos, no máximo.
Ela, igual à todos os altistas que EU conheço, também ficava sacudindo o corpo pra frente e pra trás. Eu olhei só pra me certificar de que era realmente autismo ou se era brincadeira da menininha (linda, por sinal). Mas, sim. Ela era autista.
Infelizmente os maiores preconceituosos no local eram os próprios pais dela.
O pai, sentado, ficou "jogado" na coluna ao lado dele. Olhava-a de cima à baixo com cara de raiva.
A mãe, também sentada, e na outra ponta, afastava-se da filha toda vez que ela começava a se balançar pra frente e trás. E ainda começava a resmungar baixo (eu estava sentada ao lado da mãe) olhando pro esposo "ai que saco...! Tá vendo? Por isso que eu não queria sair naquela hora.Agora tenho que ficar passando por isso."
Vez e outra a mãe dava uns tapinhas nas costas da filha dizendo pra ela ficar calma, parar de estresse que eles já íam embora dali. (Muito friamente)
E o tempo a menina se balançava.
O pai toda hora recebia ligação no nextel e ficava falando de trabalho. A mãe, toda hora que escutava uma mulher do trabalho dele falando com ele, resmungava e dava risinhos irônicos.
As pessoas no laboratório passavam e olhavam curiosos, outros assustados, para a menininha. E toda vez que isso acontecia a maldita mãe resmungava com nojo da própria filha.
Depois de um tempo sentou-se ao meu lado uma família nítidamente feliz. Marido brincando e dando vários beijinhos na filha (que devia ter a mesma idade da autista), e brincando e dando beijinhos na esposa.
A mãe da autista, que estava sentada do meu outro lado, ficou encarando aquela família feliz, e como se desse pra eu ouvir seus pensamentos, eu senti que ela estava com inveja da família feliz e a dela não ser feliz, principalmente pela infeliz filha "problemática" que Deus à deu. E o marido de "bosta" também.
E nisso eu comecei a pensar: Que menina (autista) linda! Que missão difícil que o espírito dela se propôs vir à Terra para ajudar na evolução destes dois Seres preconceituosos (os pais dela). E que tarefa difícil essa pra conseguir tal fato. E para ela também que terá que aprender com essa experiência toda de "rejeição" indireta dos próprios pais. Essa tarefa em conseguir que a mãe admita e aceite, com amor e carinho, a filha linda que ela tem. E que o que ela pecisa, nada mais e nada menos, do que a maior dádiva de Deus: Amor.
É disse que ela precisa, de Amor. Amor dos pais. Independente se tem autismo ou não.
Aparentemente o único problema dela é esse.
Um problema que, se ela receber o devido amor dos pais, pode ser amenizado e com "crises" menos frequêntes.
Ela não tem fisionomia de doente.
Pelo ao menos é "saudável". Será que essa mãe, e esse pai, não percebem isso?
Enquanto a mãe desse menina se preocupava com a vergonha de mostrar ao mundo a autista que tem em casa, outras mães teem filhas aparentemente saudáveis porém com doenças gravíssimas e contagiosas. (Que seria muito mais motivo de vergonha).
Um bela família nem sempre é tão bela como se mostra na rua.
Às vezes, às pessoas teem tudo que precisam para ser feliz, mas não estimulam dentro de si tais coisas.
Outras teem pouco, e do pouco fazem de tudo para serem, invejadamente, felizes. E conseguem. Não por serem invejadas, mas por serem extremamente felizes.
Enfim, saí do laboratório com a língua conçando, doida pra falar poucas e boas, no bom sentido, e no sentido ameno e de forma que alertasse o comportamento dos pais que afetam as crises da filha, mas...
Preferi não me meter na vida alheia.
Autismo, depressão, epilepsia, entre outros problemas, são influências neurológicas familiar e não. Déficit de atenção e etc, etc eeeeee etc. E, no meu ponto de vista, e da minha religião também, é problema espiritual que deve ser feito um tratamento para curo/ amenizar certas "crises".
Vale alertar que espiritismo não é apenas "umbanda e candomblé", também é linha kardecista que tem oooooutra visão dos espíritos.
Não vou me prolongar nesse assunto, até porque as pessoas que visitam meu blog, que eu tenho conhecimento, são espíritas, ou tem conhecimento da religião à qual me refiro.
Beijooooooooooooooooooooos!!!
Espero que essa mãe consigo mudar a visão de vida dela e evolua.

Um comentário:

Andrezha disse...

É triste nos depararmos com tanto preconceito. Ainda mais quando se trata de uma criança. Pior ainda, o preconceito dentro da própria casa, com os pais. Onde deveria encontrar um apoio que não tem. A vida é assim. Eles tem uma missão a cumprir, espero que eles recuperem a "sanidade" e passem a dar mais amor e compreensão a essa criança algum dia.

BeijoO ;*