1 de maio de 2010

Baile do Chocolate??

Alguém já ouviu falar em Baile do chocolate?
Quem tiver algum idoso, ou idosa, em casa, com mais de 78 anos, pergunte a um deles se frequentou em sua juventude algum baile do chocolate. Lógico que, bem antigamente, não era muito comum os jovens saírem para bailes, a não ser os bailes de carnaval. Porque mesmo tais bailes não sendo do mesmo nível degradante como os de hoje em dia (em destaque os bailes funk's), eles também não deviam ser muito confiáveis. Os motivos em si eu ainda não consegui descobri, só sei que os mais antigos, os pais (nossos bizavós, tataravós e assim por diante) de nossos avós (para os que rondam na casa dos 25... 30... 35...) de nossos avôs e avós, eram muito mais controladores e exigentes com horários, saídas, namoricos e bebidas. "Isso pode, e isso não pode." E o legal era que eles obedeciam e respeitavam seus mandos e desmandos somente com o olhar e a palavra. Hoje em dia tá todo mundo errado: Filhos que não respeitam a autoridade dos pais, saem sem dar satisfações, se envolvem com quem não presta, fazem o que querem e acham que o mundo tem que girar ao seu redor somente e exclusivamente; pais que se desesperam, se descontrolam e dão chineladas e bofetadas para mostrarem poder. Mas... NADA ADIANTA. São princípios esquecidos no passado. Eu posso me orgulhar em dizer que os meus princípios foram bem ensinados. Claro que todo Ser tem seu lado de rebeldia, e o meu sempre foi o de ser respondona. Mas sempre obedeci aos meus pais. No final sempre baixava a cabeça (e ainda abaixo) e não fazia o que eles não deixavam ou não achavam certo para mim. Nunca saí de casa, bati a porta e fiquei sumida por dias. Era mais fácil bater a porta do quarto e me trancar. Pelo ao menos eles sabiam, que por mais que eu estivesse com 'raiva', eu estava dentro de casa e segura.
Hoje paro pra pensar e vejo que tudo que fizeram valeu à pena. Que por ter acatado com o autoritarismo deles (mesmo contrariada, muitas das vezes) me fizeram ser essa pessoa que sou hoje: Com mais consciência do mundo, das adversidades precárias que rodeiam aos rebeldes, de fato. Uma pessoa que sei o que é errado e certo. Uma pessoa que já curtiu algumas coisas erradas (calma, nunca me droguei, nem me prostitui, nunca roubei ou matei alguém, rs), coisas erradas no meu ponto de vista que para muitas pessoas não tem nada de errado, é a coisa mais comum na vida de qualquer ser-humano. Aprendi a ser mais calma, a engolir respostas que por mais simples que fossem, a forma como sairiam da minha boca ecoariam como impetulância.



Mas voltando ao título do blog: BAILE DO CHOCOLATE??
Pois é, não sei dizer se era comum em todos os Estados brasileiros, ou em todo Território do Rio de Janeiro, de onde vem esse papo de Bailo do Chocolate.
De onde desenterrei essa história??
Então, ontem, voltando para casa, tava fazendo um friozinho gostoooooso de noite, e logo senti uma vontade boa de tomar um chocolatinho bem quentinho, sabe! Foi aí que lembrei de um 'causo' contado pela minha avó paterna. Ela contando é muito engraçado, rs. Não conseguirei reproduzir a tonalidade e os gestos que ela fez quando me contou, mas sinto vontade de rir só de lembrar, rs.
Ela disse que quando era jovem não era como hoje em dia, que tem festas todos os dias e em tudo quanto é canto. E os jovens não ficavam na rua até tarde como é hoje. Ela contou que lembra como se fosse ontem os 'grandes bailes' que aconteciam próximo a casa dela, em um clube. E que na faixada do mesmo dizia: Grande Matinê com o Baile do Chocolate. Chocolate liberado a tarde toda. Damas grátis e homem ...  alguns cruzeiros (1 cruzeiro = 1 mil rés? Acho que é por aí, rs). Ela contando que as meninas se emperequetavam todas, muito laquês, blush, pó, rimel, e a festa durava certa de 4 horas no máximo. Os meninos íam todos alinhados, com gel no cabelo, bigodinho penteadinho, rs... Começava mais ou menos umas 14:00 da tarde e terminava umas 18:00, porque naquele tempo pessoas de família não podia ficar na rua depois das 19:00. (Eu escuto estas histórias e acho tanta graça! Adoro conversar com gente idosa e saber como eram as coisas antigamente. A revolução me fascina pela capacidade que o Ser Humano tem de mudar conforme o tempo vai passando. Somos mutáveis!
Mas voltando ao Baile do Chocolate, ela me contou que a fila era enorme na frente do balcão que destribuía o copinho de chocolate. Era a sensação do momento! E era muito bom. Não tinha brigas, as pessoas se divertiam, dançavam... era muito bom. Era a matinê dos jovens daquela época.
Eu fico imaginando como seria hoje em dia um Baile do Chocolate aqui no Rio de Janeiro. Será que daria certo? Só se for pros chocólatras de plantão, né? E povo anda tão desvirtuado que no máximo acharia graça ou seria alvo de deboche... Uma pena! Porque eu apoio essa idéia! E tenho pensado seriamente em relembrar os tempos antigos e ver se ainda existem pessoas 'puras' pra frequentar um baile desse sem reclamar que não tem álcool, e que termina muito cedo.

É isso. Contei um pouco do passado da minha avó, que certamente não deve ser muto diferente dos seus avós, avô, bizas, bizos... rs. Beijão!!

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